Se você está grávida ou se programando para ter filhos, provavelmente já ouviu falar sobre a importância de estar com os níveis das vitaminas em dia. A gestação é uma fase em que o corpo está se transformando para receber o bebê e, por isso, é essencial que o organismo esteja em equilíbrio. Nesse período, é comum que os médicos aconselhem a mulher a ingerir uma maior quantidade de vitaminas - seja por meio de uma alimentação saudável ou por suplementação. O ácido fólico, por exemplo, é recomendado desde o mês que antecede a gestação até o primeiro trimestre da gravidez. E isso tem razão de ser. Descobertas recentes só têm reforçado o porquê de as vitaminas serem ainda mais importantes para as tentantes e gestantes.
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Tel-Aviv (Israel) mostrou que mulheres com falta de vitamina D no organismo têm mais chances de serem inférteis ou sofrerem abortos espontâneos. Segundo o ginecologista Márcio Coslovsky, membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), essa descoberta reforça a importância de incluir o controle de vitamina D no planejamento da gravidez. “A vitamina D tem um papel de modular a resposta imunológica. Se os níveis dessa vitamina estão baixos, o organismo pode reconhecer a gravidez como uma ‘coisa ruim’ e a gestação pode ser imperfeita”, explica.
Mas por que a vitamina D é tão importante? A vitamina D é um hormônio fundamental para um bom funcionamento do organismo. E no caso das mulheres grávidas é ainda mais importante. Isso porque, além de ajudar a diminuir o risco de aborto espontâneo, a vitamina D também promove o crescimento saudável da placenta e pode reduz risco de pré-eclâmpsia. Ela ajuda a regular a absorção de cálcio e fósforo, além de atuar na formação óssea, na liberação de insulina e no funcionamento do sistema imunológico.
Como obter vitamina D? Existem três formas de se obter vitamina D: pela alimentação (com uma dieta com alimentos ricos em colesterol), pela exposição ao sol ou por suplementação. Só que a dieta e os banhos de sol nem sempre conseguem garantir níveis adequados. Os alimentos que mais apresentam vitamina D são os de origem animal - como peixes, ovos e derivados do leite -, mas, mesmo assim, eles não são capazes de suprir as necessidades diárias.
E os banhos de sol merecem atenção: em tese, alguns minutos de exposição no começo da manhã e no fim da tarde deveriam garantir a maior parte da produção de vitamina D no organismo, mas na prática, nem sempre é isso o que acontece. Vale lembrar que no meio do dia - quando há a maior incidência de radiação -, não é recomendada a exposição ao sol. Ao usar filtro solar, nos protegemos contra o câncer de pele, mas aumentamos a barreira contra a radiação e reduzimos a produção de vitamina D. Além disso, a pele tem ferramentas de defesa para controlar o excesso de vitamina D. "Mulheres negras e que têm pele mais escura tendem a ter níveis mais baixos de vitamina D. Ainda que a diferença seja pequna, a melanina é uma barreira", conclui o endrocrinologista Francisco Bandeira, diretor do Departamento de Metabolismo Ósseo e Mineral da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Sendo assim, toda grávida precisa suplementar a vitamina D? Se, mesmo depois de adotar uma rotina saudável, seus níveis de vitamina D não estiverem como o esperado, não há motivo para desespero. Não é porque isso acontece que você precisará obrigatoriamente suplementar. Segundo Olímpio Barbosa, presidente da Comissão Nacional de Assistência ao Pré-Natal da da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a suplementação de vitamina D só deve acontecer em casos muito específicos. “A Febrasgo não aconselha essa conduta de recomendação rotineira de vitamina D. Ainda faltam evidências e não existe um consenso entre os médicos sobre a suplementação dessa vitamina", explica.
E lembre-se: apenas um especialista pode dizer se você precisa ou não fazer a suplementação de vitamina D. Por isso, converse com o seu médico e faça os exames necessários. Se realmente houver necessidade, ele saberá orientar qual é a melhor maneira repor o que falta.
Fonte: Revista Crescer
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