Uma das grandes aflições das famílias é quando, de um dia para outro, o pequeno tagarela não consegue mais falar normalmente. De repente, as palavras não saem tão facilmente como antes e ele começa a “travar”...
Durante o desenvolvimento da linguagem, há diversos processos pelos quais a criança passará, como, por exemplo, a ampliação do vocabulário, a melhora da produção dos sons e a estruturação da fala. Neste último, em especial, quando as frases vão se tornando mais complexas (com três ou quatro palavras) e o discurso fica mais elaborado, é que as alterações de fluência da fala costumam surgir – por volta dos 3 anos de idade.
Os frequentes casos de disfluência comum na infância (ou disfluência fisiológica) e casos de gagueira, as inúmeras repetições de sons/sílabas/palavras e/ou bloqueio total da fala assustam os adultos, deixam as crianças nervosas. Mas, então, como saber se é só mais uma fase ou se é, de fato, um distúrbio de comunicação propriamente dito?
Para diferenciar, alguns critérios são considerados:
* A disfluência vai e volta? Quando volta, está mais intensa? Ou surgiu apenas uma vez e foi melhorando, até desaparecer? A gagueira propriamente dita tende a reaparecer várias vezes;
* A criança apresenta “tiques” (movimentos involuntários no corpo, ocasionados por tensão)? Tais sinais são associados à gagueira;
* Existem outros comportamentos, tais como impaciência com ele próprio e com a sua dificuldade de falar, além de, muitas vezes, apresentar uma dificuldade de coordenar a respiração e fala? Essas são caraterísticas bem comuns em crianças com gagueira;
Vale lembrar que ambos os tipos de alteração de fluência se assemelham: Não são controlados pela criança! Então, a principal dica para os familiares é: Nunca peça para falar devagar, respirar ou se acalmar! Nada disso ajudará. Muito pelo contrário, ela ficará ainda mais incomodada. O que você pode fazer é se mostrar solidário àquela situação e estar sempre disponível e atento à fala do seu filho. E, caso desconfie que há algo errado, procure um especialista.
Fonte: Revista Crescer
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